Thursday, 22 May 2008

Trato na Assessoria de Promoção Saúde da SMS-Rio de Janeiro do tema Comunicação-Espírito Público-Generosidade e Saúde






Gente muito querida,

venho compartilhar que na próxima segunda, a convite do Centro de Estudos de Promoção da Saúde da Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, participarei do painel Comunicação, Materiais Educativos e Promoção da Saúde, que lançará os maravilhosos primeiros 17 postais da série Colecione Saúde.

Meu foco no painel será a relação entre Comunicação-Espírito Público-Generosidade e Saúde.

Seguem abaixo as informações detalhadas:

Painel
Comunicação, materiais educativos
e promoção da saúde

Viviane Manso Castello Branco (Secretaria Municipal de Saúde)
Monique Miranda (Secretaria Municipal de Saúde)
Prof. Evandro Vieira Ouriques (Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON.ECO.UFRJ)

Seguido de Apresentação de Esquetes do
Adolescentro Paulo Freire

Lançamento dos 17 postais da série Colecione Saúde
Textos: Equipe da Assessoria de Promoção da Saúde
Programação Visual: Renata Ratto
Ilustrações: Mariana Massarani

Dia 26 de maio de 2008
14:00 às 17h
Prefeitura do Rio de Janeiro
Auditório do CASS
Rua Afonso Cavalcanti 455, subsolo
Entrada franca
Informações: promocao@rio.rj.gov.br
2503.2270
Sub Secretaria de Ações e Serviços de Saúde
Assessoria de Promoção da Saúde

Tuesday, 20 May 2008

Trato da força política da não-violência e a responsabilidade dos atores sociais (na ECO) e da Solidariedade (Rio:a Cidade, na Multirio/Bandeirantes)



Gostaria de compartilhar que estarei hoje:

1. tratando do tema Cobertura de qualidade em meio à violência estrutural: a força política da não-violência e a responsabilidade
dos atores sociais e dos jornalistas, na disciplina e curso de extensão Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, uma realização
do NETCCON.ECO.UFRJ e da ANDI;

2. e tratando, juntamente com Luciano Rocco, da revista Ocas, e Bianca
Carvalho, da ONG Mundo Novo da Cultura Viva, do tema Solidariedade no
programa "Rio, a Cidade", apresentado pela jornalista Katia Chalita, diretora da TV
MULTIRIO-Empresa Municipal de Multimeios (www.multirio.rj.gov.br/portal www.multirio.rj.gov.br/portal> ), vinculada à Secretaria Municipal de Educação,
Prefeitura do Rio de Janeiro. Este programa será transmitido ao vivo pela TV
Bandeirantes (Canal 7/21 NET).

Friday, 9 May 2008

Evandro tratará do tema O Profissional de Comunicação no Front da Política no VII Encontro de Jornalistas em Assessoria de Comunicação-SJPMRJ



O professor Evandro Vieira Ouriques tratará do tema O Profissional de Comunicação no Front da Política, no painel que dará início dia 17 próximo em Rio das Ostras ao VII Encontro de Jornalistas em Assessoria de Comunicação do Rio de Janeiro cujo tema deste ano é Assessoria de Comunicação e Relações de Poder, uma realização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.

Falarão no Encontro, que vai de 16 a 19 de maio, os seguintes especialistas: Cláudio Gama, diretor do Instituto Mapear, Jan Theóphilo, colunista do Informe O DIA, Aziz Filho, editor da sucursal Rio da revista IstoÉ, Cristina Vaz de Carvalho, editora regional do boletim Jornalistas & Cia, Thaís Naldoni, editora-executiva do Portal Imprensa e apresentadora do programa Imprensa na TV, Marcelo Tavela, repórter do portal Comunique-se, Ivan Accioly, diretor da IAA Comunicação e Eventos, Bette Romero, diretora da Background Comunicação e Maurício Lara, jornalista e administrador de empresas.

Eis a Programação Completa:

16 a 18 de maio de 2008 no Vilarejo Praia Hotel – Rio das Ostras
Assessoria de Comunicação
e Relações de Poder
PROGRAMAÇÃO

16 de maio - (sexta-feira)
16h – Recepção e credenciamento
20h – Sessão solene de abertura
21h – Jantar

17 de maio - (sábado)
07h às 10h - Café da manhã

10h às 13h
Painel 1
O profissional de comunicação no front da política

Assessoria, consultoria e marketing em ano eleitoral. Planejamento e montagem da estrutura de campanha. A superestrutura e a candidatura sem recursos para comunicação. Interpretação das pesquisas. Reflexão sobre experiências históricas. Temas nobres e temas perigosos. Construção da imagem. A versatilidade nas adaptações de tática ou estratégia no decorrer da campanha. Relações com a mídia: repórter, editor e jornalista de imagem. Ocupação de espaços alternativos. O poder da internet. Montagem da pauta. A intervenção do jornalista nos programas eleitorais gratuitos. Relação com o marqueteiro. O limite entre a conveniência do discurso e a responsabilidade política. A defesa de idéias, movimentos e instituições. A relação entre o processo eleitoral e os interesses da cidadania.

PALESTRANTES

. Cláudio Gama, diretor do Instituto Mapear, antropólogo e mestre em Sociologia
. Hayle Gadelha, jornalista, poeta, publicitário e consultor de marketing
. Jan Theóphilo, colunista Informe O DIA
. Evandro Vieira Ouriques, jornalista, cientista político, terapeuta de base analítica e coordenador do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência / ECO/UFRJ

MEDIADOR
. Aziz Filho, editor da sucursal Rio da revista Isto É e atual Secretário-Geral da diretoria do SJPMRJ

13h às 14h30min – ALMOÇO

14h30min às 16horas
Painel 2
Quando o jornalista e o jornalismo são notícia

Os veículos de comunicação que tratam o jornalista e o jornalismo como notícia: Como se desenvolveram e como contribuem para qualificação profissional. A imagem do profissional de comunicação. As especificidades do mercado. Qual o foco dos serviços oferecidos. Como as informações podem contribuir para a organização do mercado e para a reflexão sobre o fazer jornalístico. Como o assessor de comunicação se insere nesse universo.

PALESTRANTES

. Cristina Vaz de Carvalho, editora regional do boletim Jornalistas & Cia
. Thaís Naldoni, editora-executiva do Portal Imprensa e apresentadora do programa Imprensa na TV
. Marcelo Tavela, repórter do portal Comunique-se

MEDIADOR
. Ivan Accioly – diretor da IAA Comunicação e Eventos

16h às 16h45min – Painel 3
Análise de Mídia

. Bette Romero, jornalista, empresária e diretora da Background Comunicação

16h45min às 17h
COFFEE-BREAK

17h às 18h30min
CONFERÊNCIA
Comportamento dos assessores nas suas relações com o poder

.Maurício Lara, jornalista, escritor e administrador de empresas

18h30min às 19h
COFFEE-BREAK
21h
Jantar
23h
Festa de encerramento

18 de maio - (domingo)
07h às 10h - Café da manhã
13h – Almoço
16h – Retorno ao Rio de Janeiro

Sunday, 4 May 2008

Prof. Evandro mediará Seminário Mídia, Segurança e Direitos Humanos, uma iniciativa da SEDH e do UNIC-Rio, apoio ABI, NETCCON.ECO.UFRJ e UNESCO









Será nesta segunda-feira, 5 de maio, às 14h, na Sala Belisário de Souza, no 7º andar da sede da Associação Brasileira de Imprensa (Rua Araújo Porto Alegre, 71-Centro do Rio), o seminário “Mídia, Segurança e Direitos Humanos”. O evento faz parte das comemorações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do centenário da ABI, festejado em 7 de abril.

O seminário contará com as participações especiais do Ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos; de Giancarlo Summa, Diretor do Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC) para o Brasil; e do Presidente da ABI, Maurício Azêdo.

O Coordenador do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON.ECO.UFRJ Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques será o mediador do debate.

“Mídia, Segurança e Direitos Humanos” é uma iniciativa da UNIC-Rio e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), com o apoio da ABI, do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência da UFRJ e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-UNESCO.

Os interessados em participar devem enviar mensagem para o e-mail centenario@abi.org.br ou ligar para (21) 2220-3222. A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas.

A programação completa será a seguinte:

14h
Abertura do evento, com o jornalista Maurício Azêdo (Presidente da ABI)

14h15
Exposição do Ministro Paulo Vannuchi (SEDH)

14h35
Palestra introdutória de Silvia Ramos (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes)

15h
Experiências concretas — André Luiz Azevedo (repórter da Rede Globo de Televisão)

15h15
Experiências concretas — Ana Miguez (editora-executiva do jornal O Dia)

15h30
Experiências concretas — Angelina Nunes (Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e editora-assistente do Globo)

15h45
A experiência internacional — Adauto Soares, coordenador interino do Programa de Comunicação e Informação da Unesco

16h
Debate

16h30
Conclusão — Giancarlo Summa (Diretor do Unic Rio)

Mediador do Seminário: Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques (Coordenador do NETCCON.ECO.UFRJ)

Friday, 11 April 2008

Trocando e mediando Idéias no Viva Rio para abaixar a máquina entre fotógrafos do conflito urbano





Ontem tive a oportunidade de mediar a mesa do Trocando Idéia do Viva Rio, organizado por Samira Rabelo, sobre o filme Abaixando a Máquina: Dor e Ética no Fotojornalismo Carioca, que trata das questões de quem fotografa nas áreas de conflito urbano em nossa cidade.

A mesa foi composta pelos fotógrafos (da esquerda para a direita, na foto) Walter Mesquita, do Viva Favela, Nilton Claudino, Deise Lane, do Viva Favela, Domingos Peixoto, pelos diretores do filme Guillermo Planel e Renato de Paula, que nos honram sendo nossos alunos de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, e por Wânia Corredo e eu. No centro da imagem está Samira Rabello, coordenadora do Programa de Voluntariado do Viva Rio.

Pela primeira vez foram tocados entre eles pontos importantes das tensões existentes entre a experiência dos fotógrafos que atualmente entram nas comunidades acompanhando a polícia e os fotógrafos das comunidades que os vêem entrando.

Importantes questões começaram a ser tratadas, como por exemplo o uso do colete e a leitura que as comunidades fazem deles quando portados pelos fotógrafos dos grandes jornais. Várias tensões, inclusive muito pessoais, foram expostas, de certa forma algumas resolvidas e outras ganharam perspectivas de encaminhamento. O diálogo se estabeleceu.

Vamos continuar a aprofundar este processo na ECO no próximo semestre, dedicando-lhe uma das palestras de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, lembrando fizemos o lançamento deste excelente filme como uma atividade externa deste nosso curso em dezembro passado.

Carinhosa-mente, Evandro

Monday, 31 March 2008

Oito Palestras em Abril no Eixo Rio-São Paulo






Amigos e amigas, caros colegas,

Venho compartilhar que além de minhas atividades regulares em abril terei a oportunidade de realizar este mês as seguintes palestras no eixo Rio-São Paulo:

Dia 01 de Abril, na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica-SBPA:
Palestra
Evandro Vieira Ouriques: Mente Sustentável, Comunicação e a Voz Indígena;

Dia 07, na UFRJ:
Lições Africanas para a Igualdade na Diversidade: a Questão da Não-violência.
Palestra de Mãe Beata de Iemonjá, Conceição Evaristo e Evandro Vieira Ouriques.
Palestra integrante da Semana Martin Luther King, da Palas Athena com o apoio da UNESCO;

Dia 08, no Viva Rio:
Participação na Mesa-Redonda
O Papel das Tradições Espirituais no Desenvolvimento Social do Brasil;

Dia 10, No Viva Rio:
Mediação da Mesa de Debates sobre o filme
Abaixando a Máquina: Dor e Ética no Fotojornalismo Carioca
de Guillermo Planel e Renato de Paula

Dia 12, LATEC/Escola de Engenharia/UFF:
Aula Inaugural com o tema
A Economia Psico-Política da Comunicação na Cultura da Produção: a Questão do Espírito e dos Negócios, para os MBA’S de Desenvolvimento Avançado de Executivos em Gestão Ambiental, Gestão de Negócios, Gestão de Pessoas, Gestão de Empresas de Petróleo & Gás; Gestão da Responsabilidade Social;

Dia 15, na PUC.RJ:
Palestra sobre
Construção de Imagem e Voz Próprias na Culturalização da Economia,
para a disciplina Trocas Profissionais da Professora Dra. Sandra Korman, do Curso de Especialização em Comunicação e Imagem do Dpto. de Comunicação Social da PUC.Rio de Janeiro;

Dia 17, na Revista Viração, São Paulo:
Palestra sobre
Mídia, Mente e Ação,
que abrirá o programa Roda de Conversa na Vira;

Dia 18, no Colóquio da ANDI/Forum Nacional de Professores de Jornalismo, São Paulo:
Palestra sobre Estratégias didático-pedagógicas para a inserção do agendamento social no ensino de jornalismo, no painel de mesmo nome coordenado por Guilherme Canela (ANDI), mediado pela Profª. Drª. Ivete Cardoso do Carmo Roldão (FNPJ), e também formado pelos Profs. Drs. Luiz Gonzaga Figueiredo Motta (UNB) e Prof. Dr. José Coelho Sobrinho (USP);

Além destas palestras, no dia 04 participarei na ABI do Encontro Preparatório-Rio do Forum Mídia Livre, que estou ajudando a articular e que ocorrerá na ECO em 8 e 9 de maio, no Dia 19, na PUC.SP, participarei da Reunião da Diretoria do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC.SP e no Dia 20, do 11º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, SP.

Friday, 28 March 2008

Palestras de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais em 2008/1

Equipe:
Coordenação:
Profs. Evandro Vieira Ouriques (NETCCON.ECO.UFRJ) e
Guilherme Canela (ANDI)
Responsáveis na ANDI:
Fábio Senne (fsenne@andi.org.br)
Patrícia Posandon (posandon@andi.org.br)
Monitora na UFRJ:
Fabíola Ortiz (fabiola.ortizsantos@gmail.com)

Semana 1 (10/03): Interesse, Poder e Dádiva: a questão do domínio dos estados mentais
e da generosidade na positivização da rede de comunicadores-cidadãos.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (NETCCON.ECO.UFRJ)

Semana 2 (17/03): A Violência que Acusa a Violência: a degradação de Si e do Outro
através da Mídia.
Palestrante: Prof. Michel Misse (NECVU.IFCS.UFRJ)

Semana 3 (24/03): A Abordagem de Temas Sociais junto a Públicos Não-iniciados: o Caso
dos Jornais de Grande Circulação e Distribuição Gratuita,
Palestrante: Prof. José Coelho Sobrinho (USP)

Semana 4 (31/03): A desigualdade social no Brasil e os processos de formulação das
políticas públicas sociais compensatórias.
Palestrante: Leonardo Mello (Ibase)

Semana 5 (07/04): Lições africanas para a igualdade na diversidade humana.
Palestrante: Mãe Beata de Iemonjá e Evandro Vieira Ouriques (NETCCON.ECO.UFRJ)

Semana 6 (14/04): O Paradigma do Desenvolvimento Humano como orientador da
cobertura.
Palestrante: Flavia Oliveira (O Globo)

Semana 7 (28/04): Orçamento nacional: as possibilidades de intervenção e orientação
para o social.
Palestrante: Leonardo Mello (Ibase)

Semana 8 (05/05): O desafio de aumentar a presença das políticas públicas na grande
imprensa.
Palestrante: Bia Barbosa (Intervozes)

Semana 9 (12/05): A cobertura das políticas públicas na área da Educação no Brasil.
Palestrante: Antônio Góis (Folha de S. Paulo)

Semana 10 (19/05): Cobertura de qualidade em meio à violência estrutural: a força política
da não-violência e a responsabilidade dos atores sociais e dos jornalistas.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (NETCCON.ECO.UFRJ)

Semana 11 (26/05): A Questão das Políticas Públicas Sociais e a Mídia Contra-
hegemônica.
Palestrante: Paulo Lima (Viração)

Semana 12 (02/06): A Comunicação criada pela Periferia no Rio de Janeiro.
Palestrante: Prof. Augusto Gazir (Observatório de Favelas e ECO.UFRJ)

Semana 13 (09/06): O paradigma dos Direitos da Criança e do Adolescente:
a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Palestrante: Wanderlino Nogueira Neto (ABONG, especialista em legislação protetiva da
Infância e da Juventude, Direito Internacional Público e Políticas Públicas)

Semana 14 (16/06): A Mídia e a Questão das Políticas Públicas Sociais no Brasil.
Palestrante: Guilherme Canela (ANDI)

Semana 15 (23/06): Mídia e violência.
Palestrante: Sílvia Ramos (CESEC)

Semana 16 (30/06): Jornalismo prospectivo e o futuro das políticas públicas sociais como
pauta.
Palestrante: Rosa Alegria (NEF – PUC/SP, NETCCON.ECO.UFRJ, Millennium/UNU)

Palestras de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais em 2007/2

Palestras realizadas em 2007/2

Equipe:
Coordenação: Profs. Prof. Evandro Vieira Ouriques (NETCCON.ECO.UFRJ) e Guilherme
Canela (ANDI)
Responsáveis na ANDI: Ana Néca (aneca@andi.org.br) e Fábio Senne
(fsenne@andi.org.br)
Monitora: Flávia Florentino

Semana 1 (13/08): A Comunicação no Brasil, a violência estrutural e a responsabilidade
dos jornalistas na cobertura das políticas públicas sociais.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (UFRJ) e Guilherme Canela (ANDI)

Semana 2 (20/08): O audiovisual e as questões sociais.
Palestrante: Márcio Schiavo (Comunicarte)

Semana 3 (27/08): Comunicação para a Transformação Social.
Palestrante: Nádia Rebouças (presidente da Rebouças & Associados)

Semana 4 (03/09): Orçamento nacional: as possibilidades de intervenção e orientação
para o social.
Palestrante: Leonardo Mello (Ibase)

Semana 5 (10/09): Questões centrais do curso, avaliação e encaminhamento.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (UFRJ)

Semana 6 (17/09): A continuidade e a avaliação de resultados de políticas públicas sociais
no Brasil.
Palestrante: Mirela de Carvalho Pereira da Silva (Ipea)

Semana 7: (24/09): Questões centrais do curso, avaliação e encaminhamento.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (UFRJ)

Semana 8 (01/10): O paradigma dos Direitos da Criança e do Adolescente: a Convenção
Internacional sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Palestrante: Wanderlino Nogueira Neto (Procurador de Justiça aposentado)

Semana 9 (08/10): O paradigma do Desenvolvimento Humano como orientador da
cobertura.
Palestrante: Flavia de Oliveira (O Globo)

Semana 10 (22/10): Questões centrais do curso, avaliação e encaminhamento.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (UFRJ)

Semana 11 (29/10): A cobertura das políticas públicas na área da Educação no Brasil.
Palestrante: Antônio Góis (Folha de S. Paulo)

Semana 12 (05/11): Experiências pioneiras em Inovação Social no campo das políticas
públicas.
Palestrante: Lenart Nascimento (Petrobras)

Semana 13 (12/11): A cobertura das políticas públicas de Desenvolvimento
Socioambiental
Palestrante: André Trigueiro (Globonews)

Semana 14 (26/11): Jornalismo prospectivo e o futuro das políticas públicas sociais como
pauta.
Palestrante: Rosa Alegria (NEF – PUC/SP, Millennium/UNU)

Semana 15 (03/12): Por uma cobertura de qualidade: possibilidades do vigor da
responsabilidade dos atores sociais e dos jornalistas.
Palestrante: Prof. Evandro Vieira Ouriques (UFRJ)

Friday, 21 March 2008

Posts em atualização

Queridos amigas e amigos,
os posts estão em atualização, todo o resto está em dia, grato por nos revisitarem em breve.
Carinhosa-mente, Evandro


Tuesday, 2 August 2005

Comunicação e Esquizofrenia é o tema de minha aula no Curso de Formação em Orgonoterapia neste sábado, no Centro Reich de Estudos e Terapias

Neste sábado, das 9h às 10h30m, na palestra Comunicação e Esquizofrenia: uma abordagem comparativa entre a Teoria da Comunicação e as Teorias Clássica e Moderna do Duplo Vínculo tratarei das relações entre a (1) Teoria e a Pragmática da Comunicação, a (2) Teoria da Cultura e o (3) processo da Esquizofrenia no indivíduo e na sociedade, em especial na atialidade pós-moderna que vive na iminência do colapso esquizofrênico.

Para isto abordarei o tema: a partir das tendências contemporâneas de ponta do entendimento da Comunicação como sendo a própria Vida (campo não-dualista de manifestação energética de opostos complementares); da questão pós-moderna da fragmentação, da abolição do sujeito e da identidade; da questão da violência, das redes de diálogo-convivência e do resgate da confiança; e, assim, em conclusão, da possibilidade concreta do vigor de uma identidade complexa, aberta e múltipla, porém a um só tempo integrada, livre e surpreendente. Portanto, individual, social e ambientalmente vinculada.

Esta aula faz parte do Curso de Formação em Orgonoterapia, coordenado pela Dra. Frinéa Souza Brandão, extraordinária psicoterapeuta, com uma longa e sólida tradição de mais de vinte anos de formação de terapeutas e psicoterapeutas, em seu Centro Reich de Estudos e Terapias, no Rio de Janeiro. Eu tenho a honra de fazer esta Formação e de começar a atender na Clínica deste Centro de Estudos a partir deste setembro. Maiores informações, 9205.1696.

Tuesday, 19 July 2005

Abrirei com Gestão da Mente o 3o. Ciclo de Sustentabilidade do Laboratório e Mestrado em Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente da UFF


A Universidade Federal Fluminense-UFF, o Centro Tecnológico, a Escola de Engenharia, o LATEC - Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente e o MSG - Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão acabam de me convidar para abrir o 3ºCiclo de Sustentabilidade, cujo tema central para este ano será “Espiritualidade nos Negócios”. Meu tema será: "Bons Negócios: Gestão da Mente e Gerenciamento Ético". O evento é para cerca de 200 pós-graduandos e ocorrerá no dia 20 de Agosto próximo, às 9 horas da manhã. Maiores informações 9205.1606 e www.latec.uff.br

Sunday, 10 July 2005

Prêmio Ethos de Jornalismo 2005 convida-me para sua banca julgadora


Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade e Metas do Milênio

Ciente do desafio destas questões e visando construir uma sinergia entre os movimentos que trabalham neste sentido é que o Instituto ETHOS (www.ethos.org.br) elegeu Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade e Metas do Milênio como temas centrais do Prêmio Ethos de Jornalismo — Empresas e Responsabilidade Social, 5ª Edição, 2005.

As inscrições se encerraram no último dia 8, com 650 trabalhos inscritos das diversas mídias, entre estes, 129 de rádios comunitárias.

O Instituto Ethos considera que a mídia e os jornalistas são fundamentais para o aprofundamento dessa discussão e para a formação de uma nova consciência crítica que estimule iniciativas de interesse público em benefício do bem-estar da sociedade e do planeta.

E para promover o crescimento desse debate, ampliando o alcance e a participação de diversos setores da sociedade, criamos a categoria Prêmio Estímulo Rádio Comunitária. Acreditamos que, pelas suas características e finalidade, esses veículos de comunicação podem contribuir para que os princípios e os valores da responsabilidade social empresarial e do desenvolvimento sustentável sejam disseminados para toda a sociedade.

O tema da responsabilidade social empresarial vem conquistando cada vez mais espaço em nossa sociedade. A empresa socialmente responsável é aquela que mantém ou está empenhada em construir uma relação ética, transparente e solidária com todos os públicos com os quais se relaciona — comunidade; consumidores e clientes; fornecedores; governo e sociedade; meio ambiente; público interno; e valores, transparência e governança. Suas metas empresariais devem ser compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, o que significa que planeja a utilização dos recursos econômicos, ambientais e sociais de modo a preservá-los para as gerações futuras.

Incorporar as práticas socialmente responsáveis à gestão cotidiana da empresa em todas as suas dimensões é um processo complexo, trabalhoso, que demanda tempo e exige revisão profunda na própria filosofia da organização, assim como uma reavaliação de procedimentos em todas as instâncias. As mudanças necessárias devem ser incorporadas ao planejamento estratégico e transformar-se em metas a serem atingidas. São, porém, indispensáveis para a construção da sustentabilidade da sociedade e dos negócios a médio e longo prazos.

Preocupada com a sustentabilidade do planeta e com os graves problemas que afetam a humanidade, em setembro de 2000, a ONU — Organização das Nações Unidas reuniu 147 chefes de Estado e de governo em Nova Iorque, na Cúpula do Milênio. Foi o maior encontro de dirigentes mundiais já realizado e teve como resultado a aprovação da Declaração do Milênio das Nações Unidas, referendada pelos 189 países membros.

Ela reflete a crescente preocupação com os graves problemas que afetam a sustentabilidade do planeta. Formada por um conjunto de oito objetivos a serem atingidos até 2015, refere-se à erradicação da extrema pobreza e da fome, acesso ao ensino básico universal, promoção da igualdade entre os sexos, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna, combate ao HIV/Aids e outras doenças, garantia da sustentabilidade ambiental e estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento.

O movimento de Responsabilidade Social Empresarial encontra, nessa iniciativa da ONU, uma oportunidade para que as empresas incorporem à sua gestão estratégias que colaborem para o desenvolvimento sustentável e para a superação dos indicadores negativos.

A sustentabilidade global exige mudanças no comportamento de todos. As empresas comprometidas com a gestão socialmente responsável já começaram a fazer sua parte, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Estabelecer as metas que o Brasil precisa atingir e viabilizar seu cumprimento é uma tarefa ainda por realizar e para a qual a sociedade, especialmente as empresas, certamente têm bastante a contribuir. Os primeiros passos já foram dados e temos, nas Metas do Milênio, o rumo para onde avançar.

Maiores informações no site do ETHOS: www.ethos.org.br

Saturday, 9 July 2005

Comunicação, Poder e Não-Violência é minha nova disciplina na ECO/UFRJ

Desdobrando a disciplina Construção de Estados Mentais na Mídia, oferecida com sucesso em 2004/2 e 2005/1, tive a oportunidade de criar a nova disciplina Comunicação, Poder e Não-Violência e a estou oferecendo a partir deste semestre.
Eis a Ementa:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO E LINGUAGENS

DISCIPLINA
Comunicação, Poder e Não-Violência
Prof. Evandro Vieira Ouriques

EMENTA

Como exercer Comunicação e Poder de maneira a que palavras éticas se transformem em ações concretas? Ou seja, como articular na teoria e na prática a conquista da Liberdade (o primado da invenção e da criatividade, portanto da Diferença) com a Vinculação Social (portanto o encontro da Semelhança)? De que maneira é possível que as conquistas pós-modernas da autonomia humana sejam compatíveis com a vigência de valores universais, exigidos para superar a violência (afirmação do sujeito feita na supressão do Outro) expressa na crise ecológica, na opção criminal (corrupção incluída) e na exclusão social? Em que a abordagem comparativa entre o pensamento gandhiano (o poder transformador da resistência não-violenta) e a epistemologia não-dualista (vedanta, ancestral e monista), de um lado, e o pensamento pós-moderno, de outro, contribue para esta meta, uma vez que de fato a percepção é o momento privilegiado do agir?

Trataremos assim da relação entre a Desobediência Civil Mental, que sustentamos (o pensamento e a vontade são o primeiro aparelho de captura), e o vigor da Experiência de Comunicação (livre, desinteressada, surpreendente e oposta à experiência de informação, do convencimento) e da Experiência de Poder (resgate da dimensão do político) no presente capitalismo midiático/cognitivo (mídia-mundo). Extremamente dinâmico, engendrado nas estéticas da comunicação -híbridas de ciência, informação, arte e psicologia- este capitalismo disponibiliza uma viril gênese maquínica de real e mesmo uma co-gênese físico-biológica do próprio ser vivo (bio-poder). Porém não fornece aos profissionais e cidadãos, por si mesmo, uma referência da Sociedade do Conhecimento) para lidarem com seus poderes pessoais, organizacionais, corporativos e políticos de maneira que seja possível, como a sociedade quer, superar o estado bárbaro que efetivamente está em cada um de nós, e construir a Sociedade do Conhecimento.

BIBLIOGRAFIA

AMARAL, Marcio Tavares d’. Comunicação e Diferença. 2005.

BADIOU, Alain. Para uma nova teoria do sujeito. Relume Dumará, Rio de Janeiro, 2002.

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 2003.

_________________. Em busca da política. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 2000.

_________________. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 1998.

CASTRO JR., Osvaldo Agripino. Considerações sobre o processo de consolidação da cidadania brasileira. In GUERRA, Sidney (coord.). Direitos Humanos : uma abordagem transdisciplinar. América Editora. 2003. Pp. 153-181.

DERRIDA, Jacques e VATTIMO, Gianni, et alli. A religião. Relógio D’Água Editores, Lisboa, Portugal, 1997.

GALTUNG, Johan. Gandhi hoje: o caminho é a meta. Palas Athena, São Paulo, 2003.

GORITA, Marcos Alan. Notícias do crime, relatos da insegurança: os discursos da violência na cidade do Rio de Janeiro (1995-2000). Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, IFCS/UFRJ. 2003.

GRUNER, Eduardo. A tragédia, ou o fundamento perdido do político. In Vita, Álvaro de & Boron, Atilio A. (orgs.) Teoria e filosofia política. EDUSP e CLACSO. 2004.

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LOPES, Maria Immacola Vassalo de (org.). Epistemologia da comunicação. Compós, Capes, ECA/USP, PUC/Rio e Edições Loyola. 2003

MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Editora Vozes, Petrópolis, 2001.

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MATURANA, Humberto e Verden-Zoller, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. Palas Athena. 2004.

MATTELART, Armand. História das Teorias da Comunicação. Edicões Loyola, São Paulo, 2003.

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_________________________. A Desobediência Civil Mental: a ação afirmativa na mídia e na política e a epistemologia não-dualista. Inédito. Projeto de Pós-Doutorado para o Programa Avançado de Cultura Contemporânea-PACC do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. 2005.

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ZIZEK, Slavoj. Bem vindo ao deserto do real! Boitempo Editorial, São Paulo, 2003.

Monday, 20 June 2005

Painel Direitos Humanos e Tradições Espirituais (20.06), organizado pelo MIR/ISER/Viva Rio terá a minha participação

Dia 28 de junho (terça-feira, às 18h) ocorrerá o Painel Direitos Humanos e Tradições Espirituais, organizado pelo Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro, o Instituto de Estudos da Religião e o Viva Rio e e que terá a participação do Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques. Maiores informações 9205.1696 ou no Viva Rio.

Thursday, 16 June 2005

Debate sobre o filme Uma Amizade sem Fronteiras, na comemoração dos 30 anos do ISER, será conduzido por mim

A convite de André Porto, abrirei e conduzirei o debate sobre o filme Uma Amizade sem fronteiras do Cineclube do MIR que acontece na Semana do ISER, no dia 24 de junho, a partir das 18h30. Trata-se de um filme extraordinário.

Ficha Técnica
Título Original: Monsieur Ibrahim et les Fleurs du Coran
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento (França): 2003
Site Oficial: www.sonyclassics.com/ibrahim
Estúdio: France 3 Cinéma / ARP Sélection
Distribuição: Sony Pictures Classics
Direção: François Dupeyron
Roteiro: François Dupeyron, baseado em livro de Eric-Emmanuel Schmitt
Produção: Laurent Pétin e Michèle Pétin
Fotografia: Rémy Chevin
Desenho de Produção: Katia Wyszkop
Figurino: Catherine Bouchard
Edição: Dominique Faysse

Elenco
Omar Sharif (Monsieur Ibrahim Deneji)
Pierre Boulanger (Moses "Momo" Schmitt)
Gilbert Melki (Pai de Momo)
Isabelle Renauld (Mãe de Momo)
Lola Naymark (Myriam)
Anne Suarez (Sylvie)
Mata Gabin (Fatou)
Céline Samie (Eva)
Isabelle Adjani

Sinopse
Ibrahim Deneji (Omar Sharif) é o dono de uma mercearia em Paris, muçulmano, que fica amigo de Momo (Pierre Boulanger), um pobre garoto judeu de 13 anos. Após ser abanado pelo pai, Ibrahim decide por adotar Momo. Com o tempo os dois se tornam cada vez mais amigos, com o garoto aprendendo os ensimanetos do Alcorão.

Tuesday, 14 June 2005

Gestão da Mente foi minha palestra na Conferência Internacional 2005 -Empresas e Responsabilidade Social, realizada pelo Instituto Ethos e PNUD

Marketing e Comunicação são temas de mesa de Conferência organizada pelo Ethos
Lisandra Maioli
10/06/2005
http://www.setor3.com.br/senac2/calandra.nsf/0/D315450930DD83318325701C006B5D7E?OpenDocument&pub=T&proj=Setor3&sec=REPORTER+S3

A comunicação tem um papel importante na comunidade no processo de formação de valores da sociedade. Ela dissemina valores, forma opinião, estimula ações, promove a cultura de uma nação. Refletindo sobre esses temas, o Painel "Comunicação ética e construção de valores para uma sociedade sustentável" procurou debater no último dia 8 de junho os impactos e a contribuição da comunicação empresarial na formação e disseminação de valores éticos de uma sociedade sustentável.

Com palestra inicial do vice chairman da SustainAbility, Geoff Lye, a mesa contou com a mediação do gerente de Comunicação do Instituto Ethos, Leno F. Silva e com os debatedores: Ricardo Guimarães, presidente da Thymus Branding; Evandro Vieira Ouriques, coordenador do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência e pesquisador da Escola de Comunicação da URFJ; Rosa Alegria, presidente da Perspektiva – Tendências, Cenários e Estratégias.

O debate ficou em torno principalmente do marketing institucional e social praticado por empresas. Um acontecimento recente lembrado pela platéia e exposto por Guimarães foi sobre a proibição da veiculação da propaganda da Volkswagen que, segundo o próprio Guimarães "foi uma podução publicitária no mínimo ingênua. Mas a sociedade surpreendeu pedindo a retirada da propaganda. Minha avaliação em relação a esse acontecimento é positiva já que houve uma reação da sociedade", sorri.

Embora o foco do debate tenha sido a comunicação pela ótica do marketing, o jornalismo também foi questionado como prática social. Para o professor e também jornalista Evandro Vieira Ouriques, que defendeu a tese da Gestão da Mente nesse processo, "as pessoas, assim como as empresas, precisam voltar a pensar e a sentir por si mesmas. Esquecemos muitas vezes que o que vemos nos jornais são recortes da realidade e não a realidade em sua totalidade", alerta.

O professor Vieira destacou ainda que, segundo pesquisa realizada por ele, a crise da solidariedade social acontece principalmente pelo descompasso entre a palavra e a ação: "Não há solidariedade se o ato ou a ação exclui a palavra que a fundou", explica lembrando que muitas empresas pregam responsabilidade social usando as ferramentas de marketing, mas por outro lado, não a pratica internamente. A solução, para ele, seria se a Comunicação fosse encarada "por uma visão mais holística, em que lembramos que somos seres incluídos em grupos, sejam nossas famílias, sejam a empresa na qual trabalhamos", explica o professor. "Quando entendermos que 'eu' e o 'outro', 'empresa' e 'público', são um só, não seremos mais ameaçados pela ânsia pelo lucro", completa.

A presidente da Perspektiva, Rosa Alegria, concorda com o professor: "Precisamos desenvolver uma expressão crítica sobre como a comunicação empresarial, o marketing e o jornalismo têm sido praticados", indigna-se. Rosa diz sentir uma "urgência" em relação a esse processo e defende que "a comunicação como um todo não tem que simplesmente mudar, precisa sim de uma grande transformação". Ela acredita que a solução é avaliar como a comunicação vê o ser humano: "Para se fazer ética na comunicação, é necessário se mudar a ótica que a comunicação vê o ser humano. E sempre pensar qual é o impacto que a comunicação das empresas têm sobre nós", alerta. Ela pede atenção para a responsabilidade de cada campanha finalizada, de cada matéria 'fechada': "Existe uma reflexão sobre o impacto da comunicação quando ela é desenvolvida? Avalia-se se o efeito nas pessoas é bom, positivo?", indaga para a platéia.

Rosa defende que para se construir um futuro solidário e sustentável, é necessário se pensar qual é a imagem que a comunicação está construindo sobre o futuro. Para ela, essas imagens do futuro, que não têm sido construídas e sim destruídas pela comunicação, são fundamentais para uma mobilização da sociedade poder construir um futuro sustentável para seus filhos e netos. "Precisamos sair desse caminho de críticas e partir para o da celebração, jogando os holofotes para o que tem acontecido de positivo, de importante, de solidário", elucida.

Outra preocupação de Rosa é em relação a incentivo consumista que o marketing e a comunicação provocam no indivíduo: "Se analisarmos a palavra 'consumo' etimologicamente, percebemos que 'Com+sumo' significa 'fim' e o que precisamos nos lembrar é que a vida tem continuidade, o fim não é o sentido da vida", indigna-se. Para ela, tem-se praticado o que chamou de "Branding irresponsável", em que, segundo ela, o "eu" ser Humano tem sido reduzido a "mercado", resultando numa invasão de marcas e desconstrução de nossa própria identidade. Com essa reflexão, ela destaca ainda a importância da comunicação para construção de valores da sociedade: "Temos que refletir que não somos simplesmente um ser consumista e sim um ser pensante e social e nesse processo, a comunicação tem um papel fundamental", diz. "É importante culturalmente encontremos novas formas de olhar, transformar estes processos e ir além do que as empresas acham que o consumidor quer", completa Guimarães.

Mas, segundo Rosa, a Comunicação em geral está passando por uma fase de angústia, o que pode ser positivo se isso levar alguns profissionais à reflexão sobre seu papel. Um exemplo positivo, para Rosa, é o trabalho realizado pela EthicMark que dedica um selo de ética para comunicações socialmente responsáveis. Outros exemplos citados por Rosa são: iPaz e Imagens e Vozes da Esperança, projetos realizados por comunicadores tão "indignados" quanto ela com a falta de ética praticada na comunicação. "Trata-se de um conjunto de jornalistas e profissionais da comunicação que estão se reinventando e dando possibilidades para a construção de uma comunicação mais ética e pensando na evolução da consciência", orgulha-se.

O vice chairman da SustainAbility, Geoff Lye, único não-brasileiro da mesa, elogiou a sinergia entre os debatedores e garante que tem uma visão otimista e positiva sobre os problemas enfrentados pela comunicação que, segundo ele é mundial: "O fato de em todos os lugares do planeta estamos nos reunindo para fazermos juntos essa reflexão já aponta que estamos buscando caminhos melhores permeados por valores bons", acredita. Ele destacou ainda que as empresas precisam ter parte nesse processo da busca da solução dos problemas que não só a comunicação está enfrentando como toda a sociedade: "A maioria ignora que faz parte do processo de mudanças, ma só assim seremos capas de agir", finaliza aplaudido pela platéia.

A Conferência Internacional 2005 - Empresas e Responsabilidade Social, organizada pelo Instituto Ethos em parceiria com o PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, aconteceu neste mês de junho em São Paulo. Já na sétima edição, teve como tema central "Parceira para uma Sociedade Sustentável", dividido em plenárias, mesas-redondas, painéis temáticos, oficinas de gestão e exposição, além de atrações culturais.

Ao Ilustríssimo Senhor
Evandro Vieira Ouriques
evouriques@terra.com.br

Prezado Senhor,

Vimos pela presente compartilhar os diversos elogios que recebemos durante a Conferência Internacional 2005 - Empresas e Responsabilidade Social, que o Instituto Ethos promoveu em parceria com o PNUD.

Esta Conferência contou com a participação de cerca de 1200 pessoas e 84 palestrantes, com a cobertura de aproximadamente 160 jornalistas, sendo transmitida on line pelos sites do Instituto Ethos, Instituto Algar e pela rádio do portal Mega Brasil e, ao vivo, pela Rádio CBN.

A sua participação no Painel Temático 4 -Comunicação Ética e Construção de Valores para uma Sociedade Sustentável, contribuiu imensamente para esse resultado.

Agradecemos sua colaboração e esperamos contar com a sua contribuição em outras oportunidades.

Atenciosamente,

Paulo Itacarambi
Diretor-Executivo
Instituto Ethos

Friday, 3 June 2005

Meu projeto de Pós-Doutorado é aceito pelo PACC/UFRJ: A Desobediência Civil Mental

Tenho a felicidade de informar que meu projeto de pesquisa de pós-doutorado foi aceito ontem pelo colegiado do Programa Avançado de Cultura Contemporânea do Forum de Ciência e Cultura da UFRJ, coordenado por Heloísa Buarque de Hollanda. Estou profundamente grato a Heloísa, a todo o seu amor.
E a minha esposa Estelitta, por estar tão decidida e carinhosamente junto a mim.

Eis a síntese de meu projeto deste método que criei e sustento:

Projeto de Pesquisa
Pós-Doutorado do
Programa Avançado de Cultura Contemporânea
PACC/FCC/UFRJ

Desobediência Civil Mental:
A ação afirmativa na Mídia e na Política e a epistemologia não-dualista

Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques
Coordenador do Núcleo de Estudos Trandisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON/Escola de Comunicação/UFRJ

“A desobediência civil é reservada para aqueles que têm as qualificações necessárias. É só desta maneira, precisamente, que ela se torna o próprio oposto da desobediência criminal.”
Johan Galtung

“Eu vou torcer pela paz/Pela alegria, pelo amor/Pelas coisas bonitas/Eu vou torcer, eu vou/Pelas coisas bonitas/
Eu vou torcer, eu vou.”
Jorge Benjor, na voz de Fernanda Abreu

1.
Objetivo

Aperfeiçoar o método Desobediência Civil Mental-DCM (conceito criado e sustentado pelo autor), de maneira a potencializar a sua eficácia em capacitar pessoas físicas e jurídicas (indivíduos, lideranças, redes, organizações, instituições e empresas), na inclusão social (resistir e criar), por meio do entendimento do mundo como construção mental, através da abordagem comparativa entre o pensamento gandhiano e o advaita vedanta com o pensamento pós-moderno: a percepção é o momento privilegiado do agir. E de que, portanto, pensamento e vontade (estados mentais ; programas mentais; mindware ) são o primeiro aparelho de captura, condição que atinge limite crítico quando se está mergulhado nas “estéticas da comunicação”.

Este método começou a ser estabelecido no início dos anos 80, quando as novas tecnologias surgiram, e o autor criou em 1981, na Escola de Comunicação, o então Centro de Estudos Transdisciplinares de Expressão Visual e Muldimensional-CETEX, hoje o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON.

2.
Síntese

A Desobediência Civil Mental, como operação psico-política de resistência, organização, mobilização e criação no -e a partir do- corpo-mente, em direção ao corpo coletivo, demanda um sentido de absoluta urgência nesta atualidade engendrada, como dito, nas “estéticas da comunicação”: pois elas, ao hibridizarem ciência, comunicação, arte e psicologia na formação da mídia-mundo, disponibilizam um potencial extraordinário de gênese maquínica sincronizada com gênese físico-biológica do ser vivo –biopoder- o que, no entanto, não fornece, por si mesmas, uma referência ética capaz de dar conta da dinâmica entre Liberdade e Vinculação Social.

Ou seja, como fazer para que a experimentação performática do e no lugar que se acredita vazio do sujeito, isto é, como fazer para com que o preenchimento oscilatório e paradoxal deste que “sou eu” em performance não suprima a afirmação do “outro”?

Dito ainda de outra forma, que referência usar no momento exato da operação perceptiva durante o “tempo nenhum” da “ubiqüidade, da simultaneidade, da instantaneidade” -quando o tempo dos vários canais e histórias simultâneas convergem, dilatados, bifurcados, “expandindo ou se contraindo e convergindo para um só ponto” - de maneira a que a tolerância (enquanto convívio com a Diferença) quando “se confronta o intolerante com a realidad que todos partilham como espaço vital, [levando-o] ao diálogo incansável e fazer-lo pensar nas contradições de sua posição (...) [para que seja possível] incluir a todos e respeitar um pacto social comum” ? De maneira a que a percepção escolhida por um sujeito –físico ou jurídico- não implique na supressão da afirmação de outro sujeito, entendida tal supressão exatamente como a própria violência?

Para que o ser vivo resolva problemas, como é próprio de sua condição -adaptando-se ao meio, modificando-o ou modificando-se- ele necessita de uma referência que não é, nunca, de ordem tecno-lógica strictu sensu, por tanto da ordem da prótese, mas sim da ordem do conhecimento mental, de um quadro de referência mental, de um pensamento, mesmo que co-produzido maquinicamente, que lhe informe que decisão lhe garantirá a melhor qualidade de vida dentre as fornecidas por sua ontogênese, enquanto ser vivo, e pela “morfogênese das imagens sintéticas que se auto-produzem, fundando uma autopoiesis lógico-matemática, que depende de modelos pré-existentes mas também tem sua margem de invenção, nascida na interação máquina/operador” .

Ou seja, a DCM trata de como a pessoa física e jurídica podem decidir a seu próprio favor onto e morfogeneticamente diante da força de “sujeito”, de “autor”, de “ator” que tem a imagem digital. De outra forma, como fazer para que sua decisão lhe seja favorável, entendendo-se como favorável a decisão que não lhe exponha às indesejadas e mortais conseqüências da crise ecológica, da exclusão social e da opção criminal?

É assim que a DCM se efetiva como ação afirmativa na Mídia e na Política através da utilização da epistemologia não-dualista, o que permite entender que a produção de Diferença só articula liberdade e vinculação social (e assim escapa à captura) quando percebe igualmente a Semelhança , de maneira a que, por exemplo, redes de ativismo não sejam meras redes de interesse e que as indispensáveis alianças, também verticais, possam ocorrer.

Tem-se como meta a re-construção e ressignificação de conhecimentos e valores para a capacitação (re-educação) das pessoas físicas e júridicas a partir delas próprias, de maneira a que elas se assumam como tais –sujeitos de si mesmas- em meio e para além do capitalismo midiático ou cognitivo; tornando-se visíveis -em primeiro lugar- para si próprios, ao responsabilizarem-se por seus destinos; e ao resistirem e responderem criativamente aos aspectos catastróficos da globalização econômica: em especial através da construção de uma Comunicação e de uma Mídia conscientes (o mesmo que não-violentas , entendendo que a Não-Violência covarde é pior do que a violência por causas justas ) e do fortalecimento das Redes de Ativismo (de Convivência, de revitalização da dimensão do político ).

Thursday, 16 December 2004

Aluna de Linguagem Gráfica aplica nossa percepção das relações entre Mídia, Ética e Estética e sua vida e de sua família mudam

Muitos são os depoimentos favoráveis à percepção e metodologia (desenvolvidas nos últimos 30 anos e consolidadas a nível de Mestrado e Doutorado) que uso para tratar das relações entre Mídia, Ética e Estética.
Muitos destes depoimentos estão em meu arquivo.
Aqui está um deles, para mim especialmente estimulante, da aluna Renata Lehmann:

From: "tatapots"
Date: Wed, 15 Dec 2004 00:26:22 -0300
To: "evandroshaktishiva"
Subject: Conclusão =)

Olá Evandro!

Aqui é a sua ex-aluna mala, a Renata da EC1 2004-2, pra variar. Tudo bom?

Escrevo-lhe para dizer o quanto foi bom ter aula com você no meu primeiro período da faculdade. Pelo visto, não fui só eu que gostei. Sua participação no nosso amigo oculto é prova disso. Não abrimos a brincadeira para nenhum outro professor - não por mal, mas parece que a única pessoa que fez nascer em nós um sentimento de amizade aluno-professor foi você. Sempre há os que acham que quem se apega a algum professor, é puxa-saco... na nossa turma não foi diferente. Mesmo assim, posso te garantir que gosto de você de graça, e que por mais que soe como auto-propaganda, não é do meu perfil dizer que gosto das pessoas apenas para conseguir algo em troca.

Estou enchendo sua caixa-postal mais uma vez - só que agora para dizer o quanto eu me tornei uma pessoa melhor depois de suas aulas. Obrigada por ser um cara tão doce e amável com seus alunos. Creio que dificilmente encontraremos outro professor tão amigo quanto você. Não sabia que poderia aprender tanto sobre a vida numa universidade...definitivamente sou uma pessoa mais tranquila, com menos "colapsos psicóticos". Aprendi com você a ser um ser humano menos reto - a aceitar as diferenças do Outro e a nunca mais julgá-lo. Sempre há alguma coisa linda dentro de cada pessoa que , se temos a oportunidade de conhecer, somos realmente privilegiados. Porém, só seremos privilegiados se estabelecermos um "entre" com o

Outro. Aprendi a escutar mais do que falar; a sorrir mais do que reclamar e a gostar de mim do jeito que eu sou. Obrigada por tudo Evandro. Eu realmente espero que continuemos amigos e que, você e a sua família tenham na vida toda a paz e tudo de bom que há no mundo, pois vocês merecem.

Ah, e não sei se você vai ficar feliz com isso, mas saiba que você arranjou uma propagadora do mundo "Evandrístico". Tento semear nas pessoas o mesmo que você tentou semear nos seus alunos: mais paz de espírito e serenidade e menos corrupção humana, menos violência. Meu pai e meu namorado mesmo já são ótimos alunos =) O primeiro é arquiteto e o segundo, administrador. Mesmo não estando inseridos no mundo das ciências humanas, ficam completamente curiosos e interessados (além de boquiabertos) com as verdades e melhoras que a linguagem gráfica nos proporcionam =) Meu pai já até roubou sua dissertação de mim para lê-la.

Outra coisa: sou infinitamente agradecida a você também por me ajudar a ajudar (sem que eu percebesse) meu pai a parar de fumar. Antes eu não tinha paciência com ele, e não entendia que quanto mais grosserias e mais chantagens eu fizesse, menos estímulo ele teria para parar de fumar. Mas nunca tinha pensado o quão importante era dizer o quanto eu gostaria de abraçá-lo, e de ficar mais perto dele. E que o cheiro de cigarro dele somado a todas as minhas alergias e problemas de faringe só me afastava dele. Só me fazia ficar mais triste por não poder estar perto dele, que eu tanto amo. Eu nunca tinha dito a ele que o amava. Pois bem, falei isso já sem intenção nenhuma deconvencer, apenas como desabafo. Estabeleci um diálogo com ele, viramos amigos. Aprendi com você que a violência do ato de tentar forçar ou impor algo a alguém, só torna as coisas mais desagradáveis. Sem que eu percebesse, ele parou de fumar. Já está há 1 mês sem colocar um cigarro sequer na boca . Um cara que fumou como uma chaminé desde os 13 anos de idade, e que agora tem 51, disse para
mim que ele não sabia que eu gostava tanto dele assim, e que para ter o carinho da filha dele, e apenas isso, ele parou de fumar. Isso pra mim já valeu a vida inteira.

Acho que não preciso dizer mais nada.

Muito obrigada por tudo, Evandro! Você é show de bola mesmo.

Um grande abraço cheio de boas vibrações para você e para sua família

Renata Lehmann

Tuesday, 31 August 2004

A Ancestralidade, o Rim e o Umbigo: Reflexões Práticas no Inverno Anual e Civilizatório

Artigo de Evandro Vieira Ouriques

(escrito para a minha intervenção no trabalho Inverno-Ciclo das Estações pela Medicina Chinesa Antiga, dirigido pela Dra. Rose Souza, em 04.08.2004, na Associação Brasileira de Arte e Ciência Oriental, Rio de Janeiro, dirigida pelo Dr. Raimundo Sohaku)

Quando me perguntam "Como cuido de mim ou de minha organização?", recomendo a construção de estados mentais não-violentos. Neste Inverno, a Dra. Rose Souza chama a atenção, em seu reconhecido trabalho, que esta Estação é, para a medicina chinesa antiga, o Tempo do Rim e da Bexiga. E que no Rim está armazenada a Ancestralidade, esta questão decisiva em minha vida e trabalho.

A construção de estados mentais não-violentos, o mesmo que estado de saúde, depende de que tenhamos nossa mente focada nos ensinamentos que advêm do fato concreto –inarredavelmente científico- de que temos ancestrais e que nossa interdependência para com eles precisa ser levada em conta. O que demanda um grande esforço, pois a economia psíquica pós-moderna se organiza ao redor da antecipação do futuro, ou seja, do que vem depois, do próximo objeto, da próxima conquista (seja de uma pessoa que assim se torna um objeto ou de qualquer outro objeto de consumo).

Recentemente quando estive na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro (1) para falar a respeito das relações entre a não-violência mental e a saúde psíquica e social, uma especialista presente comentou um fato extremamente sintomático. O Hospital da Aeronáutica/RJ -o antigo e belo Hospital Alemão, situado no Rio Comprido e entregue ao Governo Federal em 1942- passou recentemente por uma reforma de "modernização" e a pedra fundamental daquele histórico prédio simplesmente sumiu. Ninguém sabe onde está o fundamento. Não é à toa que a medicina alopata trabalha apenas o sintoma e desconhece a origem causal, pois ela só pode ser encontrada sempre a partir do passado, do fundamento.

Ao contrário desta tendência cada vez mais intensa hoje de valorizar apenas o "novo", a ciência prova exaustivamente que é apenas graças aos nossos ancestrais que temos existência. Graças à árvore da qual somos fruto: tanto a árvore genealógica mais diretamente humana, nossos ancestrais pré-históricos, quanto aos nossos impensáveis ancestrais biológicos, celulares. Recentemente o estudo do genoma humano, por exemplo, nos revelou insuspeitos e íntimos parentescos nossos com certos animais como o rato…

Cientificamente, somos uma grande família. Como seres vivos e como seres sociais, nós somos descendentes -por reprodução- não apenas de nossos antepassados humanos, como dito, mas, muito além, de ancestrais não-humanos e por isso muito diferentes e que remontam há mais de três bilhões de anos. As células eucariontes, por exemplo, que compõem a totalidade dos corpos humanos, surgiram por volta de dois a dois bilhões de meio de anos atrás…

Todas as nossas células são descendentes, igualmente por reprodução, da célula particular que se formou quando um óvulo se uniu com um espermatozóide e nos deu origem (2). Não levamos em conta esta realidade em cada uma de nossas decisões, por exemplo. E é assim que ficamos doentes, desmemoriados do que somos.

Todas as células de um indivíduo são portanto descendentes da célula particular que se formou quando um óvulo de sua mãe se uniu com um espermatozóide afeiçoado por ele. A ciência já sabe que o óvulo se relaciona com os espermatozóides que se aproximam dele e libera determinadas substâncias que amolecem a área de seu próprio envólucro que está justamente diante do espermatozóide pelo qual também se afeiçoou, selecionou.

Ou seja, o Princípio Feminino participa ativamente da concepção (3), ao contrário do que fala a versão patriarcal/machista ao exaltar aquele "único e bravo" que venceu, "por si só", todos os outros, e "penetrou" na "passiva fêmea"…

A comunicação entre estes opostos complementares, a oposição-fundamento Yin e Yang, é a origem de você, que me lê agora. E mais: você continua a ser e sempre será apenas relação, como fostes na origem. Uma origem que não está no passado. Que está agora, em cada célula sua, em cada percepção sua à palavra que falo, em cada gesto no qual escrevo para você.

A doença, portanto, é a desconexão. É a perda da memória da Origem, esta que se manifesta na Ancestralidade. A Origem é assim esquecida e fica mentalmente separada do Ser Humano, que se pensa independente dela, de forma absoluta e última: Natureza separada de Cultura, Homem separado de Mulher, Vitória separada de Derrota.

É por isto que "ser vitorioso" é dominar, humilhar, abandonar o outro, excluí-lo, para pateticamente querer cuidar "apenas de si", como se isso fosse possível. Como uma criança congelada na fase do "quero-porque-quero", quando pensa existir sozinha…

As estatísticas da violência e da miséria de todas as ordens estão aí para comprovar este estado atual de infância generalizada (4). Que é exatamente o contrário da experiência de comunicação, da experiência de saúde, da experiência de democracia, aquela que ocorre entre, na relação efetiva entre células, orgãos, pessoas, culturas, civilizações (5).

Doença é a não-comunicação

Por isso o Dr. Hélio Holperin vê em seu trabalho com a homeopatia a "relação íntima entre a doença, que é um comportamento celular, e o comportamento humano, que é o reflexo do nível de consciência de quem adoece" (6).

Hoje, uma simples Olimpíada escolar existe apenas pela idéia de que poucos vão ganhar o "melhor" e a maioria vai ficar na pior, à espera de um dia ser "vitoriosa".

Essa é uma péssima e sintomática pedagogia, que nos faz entender o ódio de uma torcida contra a outra, de uma corporação contra a outra, de uma religião contra a outra, enfim o ódio entre crianças, entre alunos, alunos e professores, pessoas, partidos, classes, religiões, corporações, traficantes, mendigos, amantes, e mesmo, de forma muitas vezes surda, amigos e familiares.

É preciso que entendamos, se queremos estados mentais não-violentos (a cura) que a oposição é, sim, própria da Vida. E que ela exige que o indivíduo (o sujeito do ponto de vista ocidental) se afirme, como cada um de nossos ancestrais se afirmou para que estivéssemos aqui vivos. Mas trata-se de uma afirmação que não se faz na exclusão e supressão do Outro. Exclusão e supressão que é a violência. A doença. Sua origem? A perda do sentido de Unidade (7).

Por isso, a re-incorporação da Ancestralidade, através de metodologia própria para a lembrança mental e corporal, é o remédio que restabelece o vigor das redes que são as nossas famílias internas (celulares, orgânicas, emocionais, mentais, energéticas, enfim Chi manifesto) e nossas famílias externas (consanguinidade, vizinhança, comunidades, organizações, instâncias do Estado, corporações econômicas, mídia).

Como se sabe, a maneira mais eficaz de avaliar a justiça e a bondade de um reino continua a mesma recomendada pelo clássico da mutação I Ching (8) e que, entendo, podemos aplicar também na avaliação do reino do corpo: percorrer todas as partes do reino para ver como as coisas realmente estão. Se os estados mentais do sujeito se movimentam em acordo ou desacordo com as qualidades formais e sensíveis dos orgãos.

A doença é portanto realmente falta de comunicação, como percebemos Dr. Raimundo Sokaku e eu nos anos 80, em uma de nossas sempre longas conversas a respeito das relações entre a Tradição e o vigor de uma Cultura de Saúde. Hoje, eu sustento que doença é a não-comunicação, na medida em que compreendida a lição de cada uma das doenças, ou seja as virtudes que precisam ser aprendidas, elas deixam de ser doença como maldição e passam a ser simplesmente irmãs, misericordiosa revelação dos ensinamentos que vêm da face mortal de nossa Mãe.

Na última greve de fome de sua vida, Mahatma Gandhi tinha 78 anos. Era janeiro de 1948, aquele herói lutava pela Paz na Índia e no Paquistão, dilacerados, divididos e "independentizados". Aqueles que o iriam assassinar já tinham chegado a Nova Delhi. Cuidar do Mahatma era uma tarefa difícil, pois ele estava quase à morte, à beira da coma total.

Os representantes máximos de todas as forças políticas e religiosas decisivas da Índia e do Paquistão, e mesmo a do ex-Vice-Rei do Império das Índias -então já Governador-Geral da Índia e do Paquistão- estavam a sua cabeceira, convocados por ele a se entenderem. Sob a pena de Gandhi se entregar deliberadamente à Morte.

Pois bem, tratava-se do destino de 400 milhões de seres humanos, e se ele estava no fiel da balança, era por estar focado na não-violência, no respeito à totalidade, na honra à Ancestralidade que exige a tolerância, o diálogo, o respeito mútuo, o encontro da semelhança que re-une os irmãos e as irmãs. Re-une a dispersa família.

Mesmo tendo uma magnitude que palidamente se percebe após centenas de páginas e muita meditação, Gandhi (9), a Grande Alma (este é o significado de Mahatma), apresentou bruscas crises de desespero -em momentos de muita intimidade- diante de alguns minutos de atraso na chegada de um item vital em seu código de higiene. Contrito com seu próprio paradoxo, assim ensinou: "Não nos tornamos verdadeiramente conscientes de nossas imperfeições (…) senão atravessando uma prova como o jejum" (10).

A vitória da ascendência sobre si,
pelo exercício da memória de quem se é

A questão é que aquele que se reconhece como indivíduo, e começa a se instalar de forma densa quando o cordão umbilical é cortado, necessariamente precisa se reconhecer como responsável por si mesmo. E isso dá medo. E mais, dá pânico. Um pânico aterrador. "Estou sozinho" é um estado mental muito próximo ao de "fui abandonado", quando a Mãe é maldita. Agora vejam! O estado emocional (aqui o mesmo que estado mental) relacionado com o Rim é exatamente o medo, o pânico.

Portanto o Rim nos fala que é para vencermos este medo infantil, que nos faz querer controlar compulsivamente o mundo, e que cresce até se tornar pânico generalizado, este estado mental que caracteriza os dias atuais, com sua violência, guerra, miséria e terror. Entre o Nascimento dado e a invernal e escura Morte certa, o ser humano tem muitas razões para ter medo e pânico, mas trata-se de um estado mental superável.

Neste sentido, nossos ancestrais chineses nos ensinam que a virtude relacionada ao rim é a força de vontade. Exatamente a qualidade necessária para superar o pânico e construir estados mentais não-violentos.

Com honestidade, sinceridade e integridade (atitudes recomendadas pelo Dr. Hélio como favorecedoras do Rim e Vias Urinárias [11]) precisamos manter na mente os ensinamentos da Ancestralidade. Esta chama que seria a de uma olimpíada adequada ao Terceiro Milênio: aquela em que se busca a vitória sobre o estado bárbaro que está dentro de cada um de nós (12); a vitória da ascendência sobre si, pelo exercício da memória de quem se é.

O ensinamento esquecido do Umbigo:
a memória dos Tempos e da Eternidade

Nossos umbigos são a maior lição evidente de ancestralidade que temos inscrita em nossos corpos. Tão devocionalmente interessados e crentes na "potência" libertadora e criadora do ciberespaço por si mesmo, esquecemos de olhar para o nosso próprio umbigo e vê-lo como a tomada de conexão da rede da ancestralidade.

Esta rede que nos pluga à nossa mãe e pai, às mães e aos pais deles, e mais uma vez às mães e aos pais daqueles, e também, e dos outros mais, fios de hereditariedade que se encontram na memória dos tempos. Exatamente esta genealogia que precisamos ter em mente, e que ultrapassa a história humana e mergulha –na mesma proporção em que mergulhamos em nossos corpos os alimentos, a água e o ar- na inexorável e determinante história biológica da Vida e do Universo.

Podemos entender que o Umbigo, ao contrário de nos inspirar apenas como egoístas, em verdade nos lembra da Mãe e esta do Pai, e este da Mãe, e enfim, e por começo, do Colar da Ancestralidade. Como o formado pelo oceano, praias e rios de hoje e de ontem nos quais repousam todos os grãos de areia. Como nós, humanos, queremos repousar dinamicamente em nossos corpos, em todas as nossas relações, por todas as nossas relações.

Escutemos então neste Inverno a voz da Ancestralidade, da qual a Voz Indígena (13) nos fala de forma tão privilegiada. Pois ela é a nossa própria voz. A voz das verdades necessárias a cada um de nós e que só se revelam na medida exata de nosso esforço disciplinado. Do esforço de aprender a medicina -usando uma expressão indígena norte-americana- do Inverno. Deste Inverno não apenas no sentido do Ciclo Anual, mas também, e sobretudo, no sentido de Inverno Civilizatório, pois com certeza os ventos que ventam na epopéica Civilização Ocidental são agora invernais e escuros. Este é a aventura que se oferece a nós.


Notas

1. Tema apresentado no debate promovido pelo Serviço de Reabilitação da Polícia Federal/RJ, em 27.08.2004, a respeito da atual condição masculina, a partir das questões do filme Beleza Americana, que encerrou da série de dez encontros do projeto Reflexão para Homens da Polícia Federal. Faziam também parte da mesa (sob a responsabilidade do coordenador do referido Serviço, Sr. João Paulo Bezerra do Nascimento, agente da Polícia Federal, fisioterapeuta, acupunturista, e do Dr. Luiz dos Santos, psicológo): o Dr. Sebastião Luiz Rodrigues Moreira, homeopata, agente da Polícia Federal e presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Rio de Janeiro; e o Dr. Philippe Bandeira de Mello, psicólogo yunguiano e transpessoal.

2. Ver MATURANA, Humberto R. e VARELA, Francisco J. 2001. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. Palas Athena, São Paulo.

3. WILHEIM, Joanna. 2002. O que é psicologia pré-natal. Casa do Psicólogo. p.25

4. Refiro-me ao conceito de Lacan.

5. Ver OURIQUES, Evandro Vieira (org.). 2003. Diálogo entre as civilizações: a experiência brasileira. ONU, Rio de Janeiro. Apoio institucional UNESCO, Viva Rio, MIR/ISER, CETCC/ECO/UFRJ e Associação Palas Athena. Este livro está disponível para download gratuito em www.unicrio.org.br, Biblioteca.

6.HOLPERIN, Hélio. 1999. A cura pelas virtudes, um redimensionamento da saúde e da cura. Pensamento, São Paulo. p.8

7. Ver OURIQUES, Evandro Vieira. 2002. Como o ser humano voltou ao lugar de onde nunca saiu: a Unidade Sagrada. In www.uri.org/rio2002, Ciclo Preparatório da Assembléia Global da United Religions Initiative, Mesa-Redonda Os Imperativos Ecológicos e a Mobilização da Sociedade. URI, Movimento Inter-Religioso do Rio de Janeiro/ISER e Viva Rio.

8. Ver JULLIEN, François. 1997. Figuras da imanência: para uma leitura do I Ching, o clássico da mutação. Editora 34, Rio de Janeiro.

9. Sobre o papel transmutador da entrega com propósito, é muito importante compreender a questão da ação desinteressada. Ler, p.ex.: OURIQUES, Evandro Vieira. 2004. Gandhi e a ética na mídia. In http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=291ASP021

10. LAPIERRE, Dominique e COLLINS. Larry. 1976. Esta noite a liberdade. Círculo do Livro, São Paulo. p.478. Trata-se de longo e muito interessante trabalho, apesar de mostrar-se escrito sob uma forte ótica européia e sobretudo pró-inglesa. No entanto, tendo em vista o reconhecimento que Gandhi faz em sua autobiografia de outras dificuldades pessoais, registro esta citação por ela exemplicar bem o caráter titânico da luta pela ascendência sobre si.

11. HOLPERIN. 1999:49

12. Refiro-me à expressão do sociólogo francês Michel Maffesoli: ver seu livro A razão sensível. 2001. Editora Vozes, Petrópolis.

13. Ler OURIQUES, Evandro Vieira. 2004. A Voz Indígena. In http://www.rebelion.org/mostrar.php?tipo=1&id=91.


Sobre a Ação Desinteressada em Gandhi e a Ética na Mídia

Artigo de Evandro Vieira Ouriques

(Publicado em vários sites, entre eles Observatório da Imprensa, Consciencia.net, Revista NovaE, Comunique-se

Recentemente, em uma conhecida lista de discussão a respeito de éticae mídia, alguém qualificou Mahatma Gandhi e Dom Hélder Câmara de"falsos profetas", chegando a esta conclusão inquietante, e sintomática como procurarei mostrar, apenas avaliando dois pensamentos destes homens, que haviam sido gentilmente postados na lista por outra pessoa.

Dom Hélder foi considerado "falso profeta" por ter dito algum dia que "o segredo para ser e permanecer sempre jovem, mesmo quando o peso dos anos castiga o corpo, é ter uma causa a que dedicar a vida". Isto foi considerado um sofisma, pois para se viver se precisaria saúde, e em relação a se ter uma causa para isto, foi recomendado cuidado, pois Hitler também "tinha, e bem definida, uma causa". Por sua vez, o crime de Gandhi foi ter dito, também um dia, que "a satisfação está no esforço e não no resultado final". Esse princípio, central no pensamento gandhiano, foi considerado uma "falácia", pois "em qualquer atividade o importante é o resultado".

Eles foram assim sumariamente julgados e condenados em exatas 57 palavras, incluindo a assinatura da mensagem a qual analiso: tanto Gandhi, o homem prático que recusou os modelos simplificadores e criou uma ética operacional política que libertou os "intocáveis" e a Índia por meios não-violentos, fundando assim um novo regime político e um Estado, e pondo a pá-de-cal no Império Britânico; quanto Dom Hélder, o ganhador do exigente Prêmio Popular da Paz, defensor enérgico da Teologia da Libertação e da Não-violência durante a sombria Ditadura Militar brasileira.

Reflitamos um pouco sobre este caso. O que Gandhi -que nunca foi profeta, quanto mais falso- fez ao falar do desapego em relação ao resultado das ações, é negar o produtivismo, essa mentalidade doentia que, hoje de forma ainda mais intensa do que nos dias gandhianos, sincroniza os aspectos sombrios do capitalismo tardio com a irreferência da pós-modernidade, paradoxalmente referenciada no "livre" exercício de quaisquer desejos, cuja legitimidade é apenas a de sentí-los, e no dinheiro como equivalente geral, como Marx o denominava.

O que está em vigência hoje, sabe-se, é a mercantilização absoluta das relações, quando nos obrigamos a calcular o lucro que cada ação e cada relação nossa nos trará, para que o acumulemos, como se isto fosse felicidade. É esta mentalidade, precisamente, que fez com que a cultura de comunicação fosse sucedida pela atual cultura da informação, pois a experiência de comunicação é aquela da ordem da diferença, e portanto, aquela que se produz apenas no entre, nas relações.

A cultura da informação, ao contrário, é exatamente a que se constrói no dirigir-se a, ou seja, é aquela a qual só interessam os resultados da atividade, que serão obtidos junto à audiência pela transmissão da informação dirigida a ela, da maneira a "mais eficaz possível". É daí que temos a cultura da eficácia, do produtivismo, e o entendimento da Comunicação não como communication mas apenas como communications, ou seja, apenas como meios de comunicação, meios de persuasão. (Im)puro convencimento.

Lembramos como esta perspectiva interessa ao sistema, já que é ela que o sustenta ao garantir o esquecimento da experiência -sempre livre e desinteressada- da comunicação (pois nunca podemos saber onde as conversações nos levam) em prol da ação interessada no mundo, da transformação do mundo em mercado, do sujeito em consumidor e do pensante em idiota, seja lá qual for a cor de sua pele.

Gandhi fala exatamente do oposto. Ele não age porque vai ganhar alguma com isso no sentido vulgar. Ele age porque este comportamento é da ordem da ética. É ético. E por ser ético, basta a si próprio, não necessitando de nenhum resultado "objetivo".

Se alguém está entendendo estas rápidas considerações como mera divagação, o que é compreensível pela falta de hábito capitalista e pós-moderno de pensar, ainda mais com vagar, sublinho que do ponto de vista o mais pragmático que seja, é através do desapego dos resultados da ação que podemos eliminar, por exemplo, a correspondente frustação e depressão -um dos padrões psiquícos mais presentes na humanidade hoje- que teremos que incorporar e administrar se vivemos na expectativa do reconhecimento alheio para cada atitude nossa.

Generosidade é outro nome deste desapego, que certamente é da ordem da solidariedade, aquela a qual o Forum Social Mundial, por exemplo, tanto se refere quando examina se um outro mundo é possível, ou nós quando trabalhamos para saber se uma outra comunicação é possível. Ou, a rigor, se a experiência de comunicação ainda é possível.

A precipitação deste julgamento infeliz me faz lembrar de todos os meus próprios julgamentos infelizes, que acabaram por me convencer, inclusive a partir do exemplo de pessoas extraordinárias como Gandhi e Dom Hélder, que se queremos ética, e consequentemente ética na mídia, devemos avaliar sempre de maneira profunda e vagarosa tudo o que se apresenta, começando por nossos desejos e idéias, pois, como se sabe, a superficialidade promovida pela velocidade extrema é exatamente pilar da cultura tecno-lógica. E acabamos sendo pensados e sendo sentidos pelo discurso que nos atravessa e que, pelo hábito e pela "objetividade apressada" em obter resultados com nossas atividades, terminamos tragicamente acreditando ser nosso.

Neste sentido, em relação a Gandhi, por exemplo, sugiro para os que querem superar o jugo do Império Americano ("o estado de espírito bárbaro está em cada um de nós", citando Maffesoli), a leitura de O caminho é a meta, Gandhi hoje, de Johan Galtung (Editora Palas Athena, 2003). Ele é o pioneiro e renomado cientista social especialista em estudos para a paz e teoria dos conflitos, que atua nas universidades do Havaí, de Witten/Herdecke, de Tromsoe e na Universidade Européia da Paz, e fundador da Transcend (transcend.org), e que já trabalhava pela paz na década de 70.

O que Gandhi fez, em essência, foi constituir uma moral pelo exemplo, aplicando à sua própria vida as reformas que pregou e conclamando os cidadãos a demonstrarem a capacidade política de se governarem, através do exercício diário do auto-domínio, estimulando o outro, através do exemplo, a modificar o seu comportamento: lutando, portanto, primeiro contra si próprio para dominar-se em relação à série infantil eu-quero-porque-quero (a lógica da sociedade de consumo) e dessa forma ganhar ascendência sobre si, a maneira, aí sim, mais eficaz de nos livrarmos da obsessão do poder.