Monday 20 June, 2005

Painel Direitos Humanos e Tradições Espirituais (20.06), organizado pelo MIR/ISER/Viva Rio terá a minha participação

Dia 28 de junho (terça-feira, às 18h) ocorrerá o Painel Direitos Humanos e Tradições Espirituais, organizado pelo Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro, o Instituto de Estudos da Religião e o Viva Rio e e que terá a participação do Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques. Maiores informações 9205.1696 ou no Viva Rio.

Thursday 16 June, 2005

Debate sobre o filme Uma Amizade sem Fronteiras, na comemoração dos 30 anos do ISER, será conduzido por mim

A convite de André Porto, abrirei e conduzirei o debate sobre o filme Uma Amizade sem fronteiras do Cineclube do MIR que acontece na Semana do ISER, no dia 24 de junho, a partir das 18h30. Trata-se de um filme extraordinário.

Ficha Técnica
Título Original: Monsieur Ibrahim et les Fleurs du Coran
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento (França): 2003
Site Oficial: www.sonyclassics.com/ibrahim
Estúdio: France 3 Cinéma / ARP Sélection
Distribuição: Sony Pictures Classics
Direção: François Dupeyron
Roteiro: François Dupeyron, baseado em livro de Eric-Emmanuel Schmitt
Produção: Laurent Pétin e Michèle Pétin
Fotografia: Rémy Chevin
Desenho de Produção: Katia Wyszkop
Figurino: Catherine Bouchard
Edição: Dominique Faysse

Elenco
Omar Sharif (Monsieur Ibrahim Deneji)
Pierre Boulanger (Moses "Momo" Schmitt)
Gilbert Melki (Pai de Momo)
Isabelle Renauld (Mãe de Momo)
Lola Naymark (Myriam)
Anne Suarez (Sylvie)
Mata Gabin (Fatou)
Céline Samie (Eva)
Isabelle Adjani

Sinopse
Ibrahim Deneji (Omar Sharif) é o dono de uma mercearia em Paris, muçulmano, que fica amigo de Momo (Pierre Boulanger), um pobre garoto judeu de 13 anos. Após ser abanado pelo pai, Ibrahim decide por adotar Momo. Com o tempo os dois se tornam cada vez mais amigos, com o garoto aprendendo os ensimanetos do Alcorão.

Tuesday 14 June, 2005

Gestão da Mente foi minha palestra na Conferência Internacional 2005 -Empresas e Responsabilidade Social, realizada pelo Instituto Ethos e PNUD

Marketing e Comunicação são temas de mesa de Conferência organizada pelo Ethos
Lisandra Maioli
10/06/2005
http://www.setor3.com.br/senac2/calandra.nsf/0/D315450930DD83318325701C006B5D7E?OpenDocument&pub=T&proj=Setor3&sec=REPORTER+S3

A comunicação tem um papel importante na comunidade no processo de formação de valores da sociedade. Ela dissemina valores, forma opinião, estimula ações, promove a cultura de uma nação. Refletindo sobre esses temas, o Painel "Comunicação ética e construção de valores para uma sociedade sustentável" procurou debater no último dia 8 de junho os impactos e a contribuição da comunicação empresarial na formação e disseminação de valores éticos de uma sociedade sustentável.

Com palestra inicial do vice chairman da SustainAbility, Geoff Lye, a mesa contou com a mediação do gerente de Comunicação do Instituto Ethos, Leno F. Silva e com os debatedores: Ricardo Guimarães, presidente da Thymus Branding; Evandro Vieira Ouriques, coordenador do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência e pesquisador da Escola de Comunicação da URFJ; Rosa Alegria, presidente da Perspektiva – Tendências, Cenários e Estratégias.

O debate ficou em torno principalmente do marketing institucional e social praticado por empresas. Um acontecimento recente lembrado pela platéia e exposto por Guimarães foi sobre a proibição da veiculação da propaganda da Volkswagen que, segundo o próprio Guimarães "foi uma podução publicitária no mínimo ingênua. Mas a sociedade surpreendeu pedindo a retirada da propaganda. Minha avaliação em relação a esse acontecimento é positiva já que houve uma reação da sociedade", sorri.

Embora o foco do debate tenha sido a comunicação pela ótica do marketing, o jornalismo também foi questionado como prática social. Para o professor e também jornalista Evandro Vieira Ouriques, que defendeu a tese da Gestão da Mente nesse processo, "as pessoas, assim como as empresas, precisam voltar a pensar e a sentir por si mesmas. Esquecemos muitas vezes que o que vemos nos jornais são recortes da realidade e não a realidade em sua totalidade", alerta.

O professor Vieira destacou ainda que, segundo pesquisa realizada por ele, a crise da solidariedade social acontece principalmente pelo descompasso entre a palavra e a ação: "Não há solidariedade se o ato ou a ação exclui a palavra que a fundou", explica lembrando que muitas empresas pregam responsabilidade social usando as ferramentas de marketing, mas por outro lado, não a pratica internamente. A solução, para ele, seria se a Comunicação fosse encarada "por uma visão mais holística, em que lembramos que somos seres incluídos em grupos, sejam nossas famílias, sejam a empresa na qual trabalhamos", explica o professor. "Quando entendermos que 'eu' e o 'outro', 'empresa' e 'público', são um só, não seremos mais ameaçados pela ânsia pelo lucro", completa.

A presidente da Perspektiva, Rosa Alegria, concorda com o professor: "Precisamos desenvolver uma expressão crítica sobre como a comunicação empresarial, o marketing e o jornalismo têm sido praticados", indigna-se. Rosa diz sentir uma "urgência" em relação a esse processo e defende que "a comunicação como um todo não tem que simplesmente mudar, precisa sim de uma grande transformação". Ela acredita que a solução é avaliar como a comunicação vê o ser humano: "Para se fazer ética na comunicação, é necessário se mudar a ótica que a comunicação vê o ser humano. E sempre pensar qual é o impacto que a comunicação das empresas têm sobre nós", alerta. Ela pede atenção para a responsabilidade de cada campanha finalizada, de cada matéria 'fechada': "Existe uma reflexão sobre o impacto da comunicação quando ela é desenvolvida? Avalia-se se o efeito nas pessoas é bom, positivo?", indaga para a platéia.

Rosa defende que para se construir um futuro solidário e sustentável, é necessário se pensar qual é a imagem que a comunicação está construindo sobre o futuro. Para ela, essas imagens do futuro, que não têm sido construídas e sim destruídas pela comunicação, são fundamentais para uma mobilização da sociedade poder construir um futuro sustentável para seus filhos e netos. "Precisamos sair desse caminho de críticas e partir para o da celebração, jogando os holofotes para o que tem acontecido de positivo, de importante, de solidário", elucida.

Outra preocupação de Rosa é em relação a incentivo consumista que o marketing e a comunicação provocam no indivíduo: "Se analisarmos a palavra 'consumo' etimologicamente, percebemos que 'Com+sumo' significa 'fim' e o que precisamos nos lembrar é que a vida tem continuidade, o fim não é o sentido da vida", indigna-se. Para ela, tem-se praticado o que chamou de "Branding irresponsável", em que, segundo ela, o "eu" ser Humano tem sido reduzido a "mercado", resultando numa invasão de marcas e desconstrução de nossa própria identidade. Com essa reflexão, ela destaca ainda a importância da comunicação para construção de valores da sociedade: "Temos que refletir que não somos simplesmente um ser consumista e sim um ser pensante e social e nesse processo, a comunicação tem um papel fundamental", diz. "É importante culturalmente encontremos novas formas de olhar, transformar estes processos e ir além do que as empresas acham que o consumidor quer", completa Guimarães.

Mas, segundo Rosa, a Comunicação em geral está passando por uma fase de angústia, o que pode ser positivo se isso levar alguns profissionais à reflexão sobre seu papel. Um exemplo positivo, para Rosa, é o trabalho realizado pela EthicMark que dedica um selo de ética para comunicações socialmente responsáveis. Outros exemplos citados por Rosa são: iPaz e Imagens e Vozes da Esperança, projetos realizados por comunicadores tão "indignados" quanto ela com a falta de ética praticada na comunicação. "Trata-se de um conjunto de jornalistas e profissionais da comunicação que estão se reinventando e dando possibilidades para a construção de uma comunicação mais ética e pensando na evolução da consciência", orgulha-se.

O vice chairman da SustainAbility, Geoff Lye, único não-brasileiro da mesa, elogiou a sinergia entre os debatedores e garante que tem uma visão otimista e positiva sobre os problemas enfrentados pela comunicação que, segundo ele é mundial: "O fato de em todos os lugares do planeta estamos nos reunindo para fazermos juntos essa reflexão já aponta que estamos buscando caminhos melhores permeados por valores bons", acredita. Ele destacou ainda que as empresas precisam ter parte nesse processo da busca da solução dos problemas que não só a comunicação está enfrentando como toda a sociedade: "A maioria ignora que faz parte do processo de mudanças, ma só assim seremos capas de agir", finaliza aplaudido pela platéia.

A Conferência Internacional 2005 - Empresas e Responsabilidade Social, organizada pelo Instituto Ethos em parceiria com o PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, aconteceu neste mês de junho em São Paulo. Já na sétima edição, teve como tema central "Parceira para uma Sociedade Sustentável", dividido em plenárias, mesas-redondas, painéis temáticos, oficinas de gestão e exposição, além de atrações culturais.

Ao Ilustríssimo Senhor
Evandro Vieira Ouriques
evouriques@terra.com.br

Prezado Senhor,

Vimos pela presente compartilhar os diversos elogios que recebemos durante a Conferência Internacional 2005 - Empresas e Responsabilidade Social, que o Instituto Ethos promoveu em parceria com o PNUD.

Esta Conferência contou com a participação de cerca de 1200 pessoas e 84 palestrantes, com a cobertura de aproximadamente 160 jornalistas, sendo transmitida on line pelos sites do Instituto Ethos, Instituto Algar e pela rádio do portal Mega Brasil e, ao vivo, pela Rádio CBN.

A sua participação no Painel Temático 4 -Comunicação Ética e Construção de Valores para uma Sociedade Sustentável, contribuiu imensamente para esse resultado.

Agradecemos sua colaboração e esperamos contar com a sua contribuição em outras oportunidades.

Atenciosamente,

Paulo Itacarambi
Diretor-Executivo
Instituto Ethos

Friday 3 June, 2005

Meu projeto de Pós-Doutorado é aceito pelo PACC/UFRJ: A Desobediência Civil Mental

Tenho a felicidade de informar que meu projeto de pesquisa de pós-doutorado foi aceito ontem pelo colegiado do Programa Avançado de Cultura Contemporânea do Forum de Ciência e Cultura da UFRJ, coordenado por Heloísa Buarque de Hollanda. Estou profundamente grato a Heloísa, a todo o seu amor.
E a minha esposa Estelitta, por estar tão decidida e carinhosamente junto a mim.

Eis a síntese de meu projeto deste método que criei e sustento:

Projeto de Pesquisa
Pós-Doutorado do
Programa Avançado de Cultura Contemporânea
PACC/FCC/UFRJ

Desobediência Civil Mental:
A ação afirmativa na Mídia e na Política e a epistemologia não-dualista

Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques
Coordenador do Núcleo de Estudos Trandisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON/Escola de Comunicação/UFRJ

“A desobediência civil é reservada para aqueles que têm as qualificações necessárias. É só desta maneira, precisamente, que ela se torna o próprio oposto da desobediência criminal.”
Johan Galtung

“Eu vou torcer pela paz/Pela alegria, pelo amor/Pelas coisas bonitas/Eu vou torcer, eu vou/Pelas coisas bonitas/
Eu vou torcer, eu vou.”
Jorge Benjor, na voz de Fernanda Abreu

1.
Objetivo

Aperfeiçoar o método Desobediência Civil Mental-DCM (conceito criado e sustentado pelo autor), de maneira a potencializar a sua eficácia em capacitar pessoas físicas e jurídicas (indivíduos, lideranças, redes, organizações, instituições e empresas), na inclusão social (resistir e criar), por meio do entendimento do mundo como construção mental, através da abordagem comparativa entre o pensamento gandhiano e o advaita vedanta com o pensamento pós-moderno: a percepção é o momento privilegiado do agir. E de que, portanto, pensamento e vontade (estados mentais ; programas mentais; mindware ) são o primeiro aparelho de captura, condição que atinge limite crítico quando se está mergulhado nas “estéticas da comunicação”.

Este método começou a ser estabelecido no início dos anos 80, quando as novas tecnologias surgiram, e o autor criou em 1981, na Escola de Comunicação, o então Centro de Estudos Transdisciplinares de Expressão Visual e Muldimensional-CETEX, hoje o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON.

2.
Síntese

A Desobediência Civil Mental, como operação psico-política de resistência, organização, mobilização e criação no -e a partir do- corpo-mente, em direção ao corpo coletivo, demanda um sentido de absoluta urgência nesta atualidade engendrada, como dito, nas “estéticas da comunicação”: pois elas, ao hibridizarem ciência, comunicação, arte e psicologia na formação da mídia-mundo, disponibilizam um potencial extraordinário de gênese maquínica sincronizada com gênese físico-biológica do ser vivo –biopoder- o que, no entanto, não fornece, por si mesmas, uma referência ética capaz de dar conta da dinâmica entre Liberdade e Vinculação Social.

Ou seja, como fazer para que a experimentação performática do e no lugar que se acredita vazio do sujeito, isto é, como fazer para com que o preenchimento oscilatório e paradoxal deste que “sou eu” em performance não suprima a afirmação do “outro”?

Dito ainda de outra forma, que referência usar no momento exato da operação perceptiva durante o “tempo nenhum” da “ubiqüidade, da simultaneidade, da instantaneidade” -quando o tempo dos vários canais e histórias simultâneas convergem, dilatados, bifurcados, “expandindo ou se contraindo e convergindo para um só ponto” - de maneira a que a tolerância (enquanto convívio com a Diferença) quando “se confronta o intolerante com a realidad que todos partilham como espaço vital, [levando-o] ao diálogo incansável e fazer-lo pensar nas contradições de sua posição (...) [para que seja possível] incluir a todos e respeitar um pacto social comum” ? De maneira a que a percepção escolhida por um sujeito –físico ou jurídico- não implique na supressão da afirmação de outro sujeito, entendida tal supressão exatamente como a própria violência?

Para que o ser vivo resolva problemas, como é próprio de sua condição -adaptando-se ao meio, modificando-o ou modificando-se- ele necessita de uma referência que não é, nunca, de ordem tecno-lógica strictu sensu, por tanto da ordem da prótese, mas sim da ordem do conhecimento mental, de um quadro de referência mental, de um pensamento, mesmo que co-produzido maquinicamente, que lhe informe que decisão lhe garantirá a melhor qualidade de vida dentre as fornecidas por sua ontogênese, enquanto ser vivo, e pela “morfogênese das imagens sintéticas que se auto-produzem, fundando uma autopoiesis lógico-matemática, que depende de modelos pré-existentes mas também tem sua margem de invenção, nascida na interação máquina/operador” .

Ou seja, a DCM trata de como a pessoa física e jurídica podem decidir a seu próprio favor onto e morfogeneticamente diante da força de “sujeito”, de “autor”, de “ator” que tem a imagem digital. De outra forma, como fazer para que sua decisão lhe seja favorável, entendendo-se como favorável a decisão que não lhe exponha às indesejadas e mortais conseqüências da crise ecológica, da exclusão social e da opção criminal?

É assim que a DCM se efetiva como ação afirmativa na Mídia e na Política através da utilização da epistemologia não-dualista, o que permite entender que a produção de Diferença só articula liberdade e vinculação social (e assim escapa à captura) quando percebe igualmente a Semelhança , de maneira a que, por exemplo, redes de ativismo não sejam meras redes de interesse e que as indispensáveis alianças, também verticais, possam ocorrer.

Tem-se como meta a re-construção e ressignificação de conhecimentos e valores para a capacitação (re-educação) das pessoas físicas e júridicas a partir delas próprias, de maneira a que elas se assumam como tais –sujeitos de si mesmas- em meio e para além do capitalismo midiático ou cognitivo; tornando-se visíveis -em primeiro lugar- para si próprios, ao responsabilizarem-se por seus destinos; e ao resistirem e responderem criativamente aos aspectos catastróficos da globalização econômica: em especial através da construção de uma Comunicação e de uma Mídia conscientes (o mesmo que não-violentas , entendendo que a Não-Violência covarde é pior do que a violência por causas justas ) e do fortalecimento das Redes de Ativismo (de Convivência, de revitalização da dimensão do político ).