Tuesday 19 July, 2005

Abrirei com Gestão da Mente o 3o. Ciclo de Sustentabilidade do Laboratório e Mestrado em Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente da UFF


A Universidade Federal Fluminense-UFF, o Centro Tecnológico, a Escola de Engenharia, o LATEC - Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente e o MSG - Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão acabam de me convidar para abrir o 3ºCiclo de Sustentabilidade, cujo tema central para este ano será “Espiritualidade nos Negócios”. Meu tema será: "Bons Negócios: Gestão da Mente e Gerenciamento Ético". O evento é para cerca de 200 pós-graduandos e ocorrerá no dia 20 de Agosto próximo, às 9 horas da manhã. Maiores informações 9205.1606 e www.latec.uff.br

Sunday 10 July, 2005

Prêmio Ethos de Jornalismo 2005 convida-me para sua banca julgadora


Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade e Metas do Milênio

Ciente do desafio destas questões e visando construir uma sinergia entre os movimentos que trabalham neste sentido é que o Instituto ETHOS (www.ethos.org.br) elegeu Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade e Metas do Milênio como temas centrais do Prêmio Ethos de Jornalismo — Empresas e Responsabilidade Social, 5ª Edição, 2005.

As inscrições se encerraram no último dia 8, com 650 trabalhos inscritos das diversas mídias, entre estes, 129 de rádios comunitárias.

O Instituto Ethos considera que a mídia e os jornalistas são fundamentais para o aprofundamento dessa discussão e para a formação de uma nova consciência crítica que estimule iniciativas de interesse público em benefício do bem-estar da sociedade e do planeta.

E para promover o crescimento desse debate, ampliando o alcance e a participação de diversos setores da sociedade, criamos a categoria Prêmio Estímulo Rádio Comunitária. Acreditamos que, pelas suas características e finalidade, esses veículos de comunicação podem contribuir para que os princípios e os valores da responsabilidade social empresarial e do desenvolvimento sustentável sejam disseminados para toda a sociedade.

O tema da responsabilidade social empresarial vem conquistando cada vez mais espaço em nossa sociedade. A empresa socialmente responsável é aquela que mantém ou está empenhada em construir uma relação ética, transparente e solidária com todos os públicos com os quais se relaciona — comunidade; consumidores e clientes; fornecedores; governo e sociedade; meio ambiente; público interno; e valores, transparência e governança. Suas metas empresariais devem ser compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, o que significa que planeja a utilização dos recursos econômicos, ambientais e sociais de modo a preservá-los para as gerações futuras.

Incorporar as práticas socialmente responsáveis à gestão cotidiana da empresa em todas as suas dimensões é um processo complexo, trabalhoso, que demanda tempo e exige revisão profunda na própria filosofia da organização, assim como uma reavaliação de procedimentos em todas as instâncias. As mudanças necessárias devem ser incorporadas ao planejamento estratégico e transformar-se em metas a serem atingidas. São, porém, indispensáveis para a construção da sustentabilidade da sociedade e dos negócios a médio e longo prazos.

Preocupada com a sustentabilidade do planeta e com os graves problemas que afetam a humanidade, em setembro de 2000, a ONU — Organização das Nações Unidas reuniu 147 chefes de Estado e de governo em Nova Iorque, na Cúpula do Milênio. Foi o maior encontro de dirigentes mundiais já realizado e teve como resultado a aprovação da Declaração do Milênio das Nações Unidas, referendada pelos 189 países membros.

Ela reflete a crescente preocupação com os graves problemas que afetam a sustentabilidade do planeta. Formada por um conjunto de oito objetivos a serem atingidos até 2015, refere-se à erradicação da extrema pobreza e da fome, acesso ao ensino básico universal, promoção da igualdade entre os sexos, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna, combate ao HIV/Aids e outras doenças, garantia da sustentabilidade ambiental e estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento.

O movimento de Responsabilidade Social Empresarial encontra, nessa iniciativa da ONU, uma oportunidade para que as empresas incorporem à sua gestão estratégias que colaborem para o desenvolvimento sustentável e para a superação dos indicadores negativos.

A sustentabilidade global exige mudanças no comportamento de todos. As empresas comprometidas com a gestão socialmente responsável já começaram a fazer sua parte, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Estabelecer as metas que o Brasil precisa atingir e viabilizar seu cumprimento é uma tarefa ainda por realizar e para a qual a sociedade, especialmente as empresas, certamente têm bastante a contribuir. Os primeiros passos já foram dados e temos, nas Metas do Milênio, o rumo para onde avançar.

Maiores informações no site do ETHOS: www.ethos.org.br

Saturday 9 July, 2005

Comunicação, Poder e Não-Violência é minha nova disciplina na ECO/UFRJ

Desdobrando a disciplina Construção de Estados Mentais na Mídia, oferecida com sucesso em 2004/2 e 2005/1, tive a oportunidade de criar a nova disciplina Comunicação, Poder e Não-Violência e a estou oferecendo a partir deste semestre.
Eis a Ementa:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO E LINGUAGENS

DISCIPLINA
Comunicação, Poder e Não-Violência
Prof. Evandro Vieira Ouriques

EMENTA

Como exercer Comunicação e Poder de maneira a que palavras éticas se transformem em ações concretas? Ou seja, como articular na teoria e na prática a conquista da Liberdade (o primado da invenção e da criatividade, portanto da Diferença) com a Vinculação Social (portanto o encontro da Semelhança)? De que maneira é possível que as conquistas pós-modernas da autonomia humana sejam compatíveis com a vigência de valores universais, exigidos para superar a violência (afirmação do sujeito feita na supressão do Outro) expressa na crise ecológica, na opção criminal (corrupção incluída) e na exclusão social? Em que a abordagem comparativa entre o pensamento gandhiano (o poder transformador da resistência não-violenta) e a epistemologia não-dualista (vedanta, ancestral e monista), de um lado, e o pensamento pós-moderno, de outro, contribue para esta meta, uma vez que de fato a percepção é o momento privilegiado do agir?

Trataremos assim da relação entre a Desobediência Civil Mental, que sustentamos (o pensamento e a vontade são o primeiro aparelho de captura), e o vigor da Experiência de Comunicação (livre, desinteressada, surpreendente e oposta à experiência de informação, do convencimento) e da Experiência de Poder (resgate da dimensão do político) no presente capitalismo midiático/cognitivo (mídia-mundo). Extremamente dinâmico, engendrado nas estéticas da comunicação -híbridas de ciência, informação, arte e psicologia- este capitalismo disponibiliza uma viril gênese maquínica de real e mesmo uma co-gênese físico-biológica do próprio ser vivo (bio-poder). Porém não fornece aos profissionais e cidadãos, por si mesmo, uma referência da Sociedade do Conhecimento) para lidarem com seus poderes pessoais, organizacionais, corporativos e políticos de maneira que seja possível, como a sociedade quer, superar o estado bárbaro que efetivamente está em cada um de nós, e construir a Sociedade do Conhecimento.

BIBLIOGRAFIA

AMARAL, Marcio Tavares d’. Comunicação e Diferença. 2005.

BADIOU, Alain. Para uma nova teoria do sujeito. Relume Dumará, Rio de Janeiro, 2002.

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 2003.

_________________. Em busca da política. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 2000.

_________________. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. 1998.

CASTRO JR., Osvaldo Agripino. Considerações sobre o processo de consolidação da cidadania brasileira. In GUERRA, Sidney (coord.). Direitos Humanos : uma abordagem transdisciplinar. América Editora. 2003. Pp. 153-181.

DERRIDA, Jacques e VATTIMO, Gianni, et alli. A religião. Relógio D’Água Editores, Lisboa, Portugal, 1997.

GALTUNG, Johan. Gandhi hoje: o caminho é a meta. Palas Athena, São Paulo, 2003.

GORITA, Marcos Alan. Notícias do crime, relatos da insegurança: os discursos da violência na cidade do Rio de Janeiro (1995-2000). Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, IFCS/UFRJ. 2003.

GRUNER, Eduardo. A tragédia, ou o fundamento perdido do político. In Vita, Álvaro de & Boron, Atilio A. (orgs.) Teoria e filosofia política. EDUSP e CLACSO. 2004.

KANT DE LIMA, Roberto. Prevenção e responsabilidade ou punição e culpa? Texto inédito. http://www.necvu.ifcs.ufrj.br/arquivos/texto%202%20prevencao%20e%20responsabilidade%20ou%20punicao%20e%20culpa_roberto%20kant%20de%20lima.pdf

LOPES, Maria Immacola Vassalo de (org.). Epistemologia da comunicação. Compós, Capes, ECA/USP, PUC/Rio e Edições Loyola. 2003

MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Editora Vozes, Petrópolis, 2001.

MARIOTTI, Humberto. As paixões do ego: complexidade, política e solidariedade. Palas Athena, São Paulo, 2003.

MATURANA, Humberto e Verden-Zoller, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. Palas Athena. 2004.

MATTELART, Armand. História das Teorias da Comunicação. Edicões Loyola, São Paulo, 2003.

MELMAN, Charles. O homem sem gravidade: gozar a qualquer preço. Entrevistas por Jean-Pierre Lebrun. Companhia de Freud Editora, Rio de Janeiro, 2003.

MISSE, Michel. Violência: o que foi que aconteceu? Jornal do SINTURF, ano XVII, n. 529, 2002.

OURIQUES, Evandro Vieira (org. e ed.). Diálogo entre as civilizações: a experiência brasileira. ONU. Apoio UNESCO e Associação Palas Athena, et alli, através do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência/ECO/UFRJ. 2003. www.unicrio.org.br/biblioteca

_________________________. A Desobediência Civil Mental: a ação afirmativa na mídia e na política e a epistemologia não-dualista. Inédito. Projeto de Pós-Doutorado para o Programa Avançado de Cultura Contemporânea-PACC do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. 2005.

RONDELLI, Elizabeth. Mídia e violência: ação testemunhal, práticas discursivas, sentidos sociais e alteridade. In Comunicação & Política. Vol. IV, no. 3, nova série, setembro-dezembro 1997. Centro de Estudos latino-americanos, Cebela. Rio de Janeiro. pp. 141-160

SOMÉ, Sobonfu. O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Odysseus Editora, São Paulo. 2003

STRONG, Marilee. The Bright Red Scram: self-mutilation and the language of pain. Virago Press, London, 2000.

TRÍAS, Eugênio. Pensar a religião: o símbolo e o sagrado. In DERRIDA, Jacques, VATTIMO, Gianni et alli. A religião. Relógio D’Água Editores, Lisboa, Portugal, 1997.

VAZ, Paulo. As esperanças democráticas e a evolução da Internet. Artigo escrito para a Compós, no prelo.

ZIZEK, Slavoj. Bem vindo ao deserto do real! Boitempo Editorial, São Paulo, 2003.